segunda-feira, 8 de abril de 2013

Danadas daninhas 019



Os jarros do jarreta [01]



Só quem por maus caminhos anda tem a sorte de encontrar danadas daninhas assim. Aparecem-nos pela frente, metem-se-nos pelos olhos adentro e danadinhas se oferecem aos vagares do caminhar, do olhar, do afeto, da objetiva. 
Elas gostam de terrenos húmidos, sombrios, frescos, férteis. Escolhem sobretudo terrenos selvagens, deixados de velho ou abandonados, onde se reproduzem à vontade. Mas também se veem em solos arenosos e pouco férteis.



Ela, a planta, começa a emergir da terra no inverno. Ele, o jarro floresce na primavera. E assim vai levando a vida. Até junho, mês em que a inflorescência acaba em infrutescência, um cacho de bagas que, durante o período, vão do verde ao castanho-escuro.


Os botânicos chamam-lhe «arum italicum». Nós, por cá, no Mato e arredores, chamamos-lhe(s) jarro bravo. Noutras terras, porém, conhecem-nas/os por outros nomes. Uma farturinha, como AQUI se lê. Mas não falta, por outro lado, quem lhes descubra poderes curativos para certas maleitas.


Cá para mim, é mais uma surpreendente e belíssima danada, apesar de daninha, cujos danos, porém, tanto os centrais como os colaterais, desconheço. Absolutamente. A única moléstia que me causam é esta dor de espinhela, quando, dobrado ou de cócoras, me ponho para objetiva-mente as captar. Coisas, enfim, de jarreta, que foi perdendo as mobilidades de outros tempos.

Mas elas são tantas e tão belas, em suas atrevidas formas e posições que um só post não chega para as admirar e mostrar. Como se viu e em próximo se verá.

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