Os jarros do jarreta [01]
Só
quem por maus caminhos anda tem a sorte de encontrar danadas daninhas assim. Aparecem-nos
pela frente, metem-se-nos pelos olhos adentro e danadinhas se oferecem aos
vagares do caminhar, do olhar, do afeto, da objetiva.
Elas gostam de terrenos húmidos,
sombrios, frescos, férteis. Escolhem sobretudo terrenos selvagens, deixados de
velho ou abandonados, onde se reproduzem à vontade. Mas também se veem em
solos arenosos e pouco férteis.
Ela,
a planta, começa a emergir da terra no inverno. Ele, o jarro floresce na
primavera. E assim vai levando a vida. Até junho, mês em que a inflorescência
acaba em infrutescência, um cacho de bagas que, durante o período, vão do verde
ao castanho-escuro.
Os botânicos
chamam-lhe «arum italicum». Nós, por
cá, no Mato e arredores, chamamos-lhe(s) jarro
bravo. Noutras terras, porém, conhecem-nas/os por outros nomes. Uma farturinha,
como AQUI se lê. Mas não
falta, por outro lado, quem lhes descubra poderes curativos para certas
maleitas.
Cá
para mim, é mais uma surpreendente e belíssima danada, apesar de
daninha, cujos danos, porém, tanto os centrais como os colaterais,
desconheço. Absolutamente. A única moléstia que me causam é esta dor de espinhela,
quando, dobrado ou de cócoras, me ponho para objetiva-mente as captar. Coisas, enfim, de jarreta, que foi
perdendo as mobilidades de outros tempos.
Mas elas são tantas e tão
belas, em suas atrevidas formas e posições que um só post não chega para as admirar e mostrar. Como se viu e em próximo
se verá.
Sem comentários:
Enviar um comentário