Esta danada é flor de erva ruim. Ou brava, como lhe chamamos, cá no Mato, em vez de silvestre. Daninha, assim, por aquilo e por isto: encontra-se por aí, ao deus-dará, em reprodução fácil, mas também porque os seus frutos são venenosos. Danosos, portanto. A imagem fotográfica, feita ao pé do olhar, não reproduz, objetiva-mente, o tamanho destas flores. Belas, sem dúvida. Elas são pequeninas, medindo cada uma, de ponta a ponta de pétala, não mais de 2cm. Apresentam-se em cacho e são como que pontos brancos, semeados entre as folhas da planta.
A esta erva, os meus conterrâneos não
dão (ou já esqueceram) qualquer nome próprio. Trazem-na, porém, debaixo d’olho,
para que não lhes inunde campos e quintais, abafando as culturas que tanto
trabalhinho e canseiras dão.
Encontro, nas minhas
caminhadas, duas espécies [?] desta danada. Segundo o meu olhar, as
folhas de umas são verdes, as de outras de um verde a fugir para o azul lilás.
Além disso, as primeiras erguem-se do solo, em caules que se ramificam, podendo
atingir mais de 1m de altura; as segundas ramificam-se em vários caules logo
junto ao solo, podendo alcançar cada um à volta de 50cm.Nasce, cresce, desenvolve-se e reproduz-se em terrenos agrícolas (sobretudo não cultivados) e bravios. Encontra-se também nas bermas de estradas e caminhos, em valetas e valados, buracos de muros e paredes de pedra. Basta-lhe um punhado de terra: a semente germina, ganha raiz e agarra-se ao solo, cuja fertilidade e irrigação favorece crescimentos e portes diferentes. A dada altura, as flores de umas e outras vão dando lugar aos frutos.
Estes bonitos cachos de bolinhas parecem, mas não são, tomates. Ora bolas! Dos comestíveis, pelo menos, que, na maturação, passam de verdes a vermelhos. Os desta danada daninha ficam pretinhos, como se vê. Será por isso que os botânicos lhe chamam solanum nigrum?... Confirme, infirme e/ou explique quem souber. Pertence, segundo os entendidos (ou como tal considerados), à família das solanáceas, onde metem, além dos tomates todos, também todas as batatas, a beringela, pimentos e certos melões (andinos), entre muitíssimas outras espécies (cerca de 2.000), agrupadas em 95 géneros.
Navegando, encontram-se
vários sítios que descrevem esta daninha.
Aqui, por
exemplo, chamam-lhe erva-moura, solano e tomateiro-bravo. Mas há quem lhe dê muitos
outros nomes, como se pode ler aqui. É possível
que os mereça a todos. Segundo vários sítios,
estes impropriamente ditos “tomates”, se ingeridos, podem mandar um bicho deste
mundo, humano ou dos outros, para os bichos imundos de outros mundos. E parece
que nada vale ela valer alguma coisa em fitoterapia. O melhor, pois, é mesmo não
arriscar nadinha com os “tomatinhos” desta danada, chame-se-lhe erva ruim, brava, silvestre ou moura, porque sempre daninha.
Já agora, digam lá às
meninas e meninos que aqueles lindos e atraentes cachos de baguinhos pretos
também não são cerejas! Nem, muito menos, uvas!
as minhas galinhas comem,bastante essa erva moura ,nao morreram nao,eu faço banho das folhas para infecçoes.e resolve
ResponderEliminarObrigado, pela informação. Desconhecia tal "medicina" preventiva.
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