sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Aqui, claro, há Gato




Notas:
1) A Patrícia e o Eugénio Miguel autorizaram-me fotografar o Gato e publicar as fotografias. Obrigado!
2) O poema de Manuel António Pina encontra-se no volume Todas as Palavras – Poesia reunida (1974-2011), publicado pela Assírio & Alvim, em 2012, p. 358.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Tortulhos do Mato [03]


Cá está ele, o prometido tortulho / cogumelo comestível. É o único que, no domínio dos silvestres, conheço com tal propriedade. Haverá certamente outros. Pelo menos é o que se diz, em alguns sítios por onde webmente naveguei. A este, chamam os entendidos «macrolepiota procera» e os comuns mortais, em certas regiões, simplesmente “frades”.

Acima, temos o macrolepiota de perfil, com o “pé” (pedúnculo) e o seu “anel” donde se desprendeu, ao crescer e ao alargar-se radialmente, o “chapéu”. Visto de cima, até parece um mexicano.


Na fotografia seguinte, temos o tortulho visto de «“pés” para o ar». Imediatamente, na sua forma já “madura”. Depois, na sua forma ainda em crescimento. Mas já se come. Ai, já-já!


Antes de chegarem a “grandes”, chamamos, cá no Mato, a estes tortulhos, como lhes disse no post anterior, “moreninhas”. Tal nome tinha a ver, claramente, com a cor e não tanto, pelos vistos, com a forma. Fálica, diria o Carriça, se, naqueles tempos de rapazes rapazinhos, tivesse língua para tanto. Quando ele, então, apanhava uma, o seu léxico ativo era prosaico, exemplificando a comparação com gestos e risadas. O puto, media pouco mais de meio palmo, era danado para as brincadeiras mistas. Dizia-se. Talvez algum invejoso.

Mas quem não gostaria de ferrar o dente numa “moreninha” destas”?...


Assados/as, na brasa, com o sal qb, estes tortulhos silvestres ganham um aroma inconfundível e são um pitéu delicioso. Experimentem. Neste outono, já é tarde. Fica para o ano.

Mas porque, um dia destes, e-ternamente retornarei, até à próxima.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Tortulhos do Mato [02]




Não. O tortulho / cogumelo que hoje mostro não é, ainda, o comestível que conheço. Mas é, realmente, um dos mais bonitos, atraentes e vistosos. Tanto na sua forma, direi, adulta (segue)

como, desde logo, na sua forma, direi, jovem (segue).
 
Em criança, aos tortulhos, com o “chapéu” assim, ainda não complemente aberto, chamávamos “moreninhas”, embora tal tratamento afetivo o destinássemos, preferencialmente, àquelas que, mesmo sem terem atingido ainda a “adultidade”, podíamos petiscar com prazer e satisfação. Carinhos de rapazes!

Os exemplares que neste post lhes mostro, encontrei-os em bouças, entre as folhas secas de pinheiros (“pruma” – ainda cá no Mato se lhes chama), de carvalhos, fetos, eucaliptos, etc. (segue),


em terrenos agrícolas não cultivados, que por cá dizemos “ficar de velho” (segue),

e até, ora vejam a força emergente da semente deste tortulho,
em margem de estrada, rompendo o duro e espesso alcatrão.

Este tortulho é tóxico, dizem os entendidos. Possui «propriedades psicoativas e alucinogénias», podendo a sua ingestão ser letal para os humanos. Pois cá está: não há bela sem senão.

Já agora, para vosso sossego, garanto que não fui eu quem deu a trinca nesta bela «amanita muscaria». Se foi ignaro bicho incauto que a mordeu, é bem “capazinho” de já ter batido a pata.


Os tamanhos destes tortulhos são variáveis. Quando desenvolvidos, o “chapéu” pode atingir, de diâmetro, à volta de 15 cm. E a altura do “pé” rondará os 10 a 15 cm. Di-lo quem mediu este (segue)


E, já agora, sigamos a recomendação da medida. A troika e seus agentes não têm destas “prioridades” nos seus ingentes memoranda.

Retornarei, e-ternamente, um dia destes.