terça-feira, 27 de novembro de 2012

Tortulhos do Mato [03]


Cá está ele, o prometido tortulho / cogumelo comestível. É o único que, no domínio dos silvestres, conheço com tal propriedade. Haverá certamente outros. Pelo menos é o que se diz, em alguns sítios por onde webmente naveguei. A este, chamam os entendidos «macrolepiota procera» e os comuns mortais, em certas regiões, simplesmente “frades”.

Acima, temos o macrolepiota de perfil, com o “pé” (pedúnculo) e o seu “anel” donde se desprendeu, ao crescer e ao alargar-se radialmente, o “chapéu”. Visto de cima, até parece um mexicano.


Na fotografia seguinte, temos o tortulho visto de «“pés” para o ar». Imediatamente, na sua forma já “madura”. Depois, na sua forma ainda em crescimento. Mas já se come. Ai, já-já!


Antes de chegarem a “grandes”, chamamos, cá no Mato, a estes tortulhos, como lhes disse no post anterior, “moreninhas”. Tal nome tinha a ver, claramente, com a cor e não tanto, pelos vistos, com a forma. Fálica, diria o Carriça, se, naqueles tempos de rapazes rapazinhos, tivesse língua para tanto. Quando ele, então, apanhava uma, o seu léxico ativo era prosaico, exemplificando a comparação com gestos e risadas. O puto, media pouco mais de meio palmo, era danado para as brincadeiras mistas. Dizia-se. Talvez algum invejoso.

Mas quem não gostaria de ferrar o dente numa “moreninha” destas”?...


Assados/as, na brasa, com o sal qb, estes tortulhos silvestres ganham um aroma inconfundível e são um pitéu delicioso. Experimentem. Neste outono, já é tarde. Fica para o ano.

Mas porque, um dia destes, e-ternamente retornarei, até à próxima.

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