sábado, 21 de fevereiro de 2015

Danadas daninhas 105


Anónimas ilimitadas (062)


Ó flores cujo nome desconheço,
prolongai esse fulgor humilde em cada dia
de que ainda disponho para ver as flores,

antes de as flores virem ter comigo.

A. M. Pires Cabral, Gaveta do Fundo (2013: 26)








NB1 - Livrem-se de lhe tocar com as mãos desprotegidas por luvas. Fica cá uma ardência, meus caros!... Safa!
NB2 - Fotografias colhidas em berma de passagem, junto dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Danadas daninhas 104

Anónimas ilimitadas (061)


Ó flores cujo nome desconheço,
prolongai esse fulgor humilde em cada dia
de que ainda disponho para ver as flores,

antes de as flores virem ter comigo.

A. M. Pires Cabral, Gaveta do Fundo (2013: 26)





NB - Fotografias colhidas nas margens das veigas da Areosa (Viana do Castelo).

domingo, 8 de fevereiro de 2015

PEDRA POLIDA VI






«Nota Histórico-Artistica

No topo da Serra de Arga, numa zona de rochas escarpadas e desfrutando de uma panorâmica privilegiada sobre o curso final do rio Minho, a capela de São João é um dos mais importantes testemunhos medievais da região, não obstante a sua pequenez e simplicidade. Desde muito cedo foi sede de uma romaria dedicada a São João Baptista, ainda hoje realizada pelos finais de Agosto de cada ano, momento devocional que é apenas mais um a juntar às numerosas romarias locais que têm como destino a Serra. Carlos Alberto Ferreira de Almeida caracterizou bem esta situação, ao referir-se a uma "intensidade simbólico-religiosa" local, materializada numa "antropologia religiosa dominada por uma economia ganadeira" (ALMEIDA, 1987, p.154).

Desconhece-se a partir de que altura teve início esta concorrida romaria, assim como desconhecida é a origem da capela. Uma tradição cronística da época moderna, depois sucessivamente veiculada pelos Dicionários Corográficos dos séculos XIX e XX, sustenta que o primitivo mosteiro havia sido fundado por São Frutuoso, ao redor de 623 (ALVES, 1982, pp.148-149, cit. Fr. Leão de São Tomás e Pe. Carvalho da Costa), ano constante de uma discutida epígrafe de que, infelizmente, se perdeu o rasto. A recente avaliação que Mário Barroca fez desta inscrição, concluiu pela sua "existência duvidosa", a que não será alheia a "ânsia" de Fr. Leão em remeter as fundações beneditinas portuguesas para tempos remotos" (BARROCA, 2000, vol.2, t.1, p.162).

Por outro lado, este mesmo autor sugere que a inscrição, a ter existido, poderia antes referir-se ao ano de 1123, proposta mais de acordo com os prováveis caracteres que a compunham e relativa a uma época em que o mosteiro já certamente existia. Com efeito, sabemos que um ano antes, em 1122, aparece referido Sancto Johanne de Arga, data que se adapta muito melhor ao que conhecemos acerca do povoamento organizado da região.

Se é possível sugerir que o mosteiro existia já na primeira metade do século XII, a actual capela dificilmente corresponderá a essa época. À semelhança do vizinho templo de São Pedro de Varais, também a obra de São João de Arga pertence àquele românico tardio, tendencialmente incaracterístico em termos estilísticos, planimetricamente simples e decorativamente despojado. O que se conserva da fábrica românica aponta para uma cronologia ao redor dos finais do século XIII, época em que foi mais comum as pequenas igrejas rurais, de nave única relativamente curta e capela-mor quadrangular, de panos murários muito robustos e escassamente fenestrados e cachorrada de modilhões sem decoração. O único portal original conservado confirma esta apreciação, com o seu duplo arco já quebrado, assente em impostas lisas e de tímpano desprovido de elementos artísticos.

A capela passou por algumas reformas ao longo dos séculos. De 1333 é uma enigmática inscrição colocada na capela-mor (DGEMN on-line), provavelmente alusiva a uma campanha de obras, quem sabe se a que lhe conferiu grande parte da configuração actual. De maior impacto foi a campanha de finais do século XVIII ou já de inícios da centúria seguinte. Nessa altura, por a parte ocidental do edifício ameaçar ruína, ou por uma genuína vontade em actualizar e monumentalizar a fachada principal, refez-se toda esta parte da igreja, prolongando-se a nave e adaptando-se um frontispício com portal de arco recto ladeado e sobrepujado por óculos (que conferem maior luminosidade ao interior) e terminando em empena triangular irregular, acompanhada de volutas, pináculos nos ângulos e uma cruz axial.

Em redor da igreja, e para albergar os numerosos romeiros que aqui se deslocavam, construiu-se um albergue, edifício de dois corpos de planta em "L" e de dois andares. Tendo em conta que a fachada principal datará da viragem para o século XIX, é natural que também o albergue seja contemporâneo dessa empreitada, respondendo eventualmente a um crescente desenvolvimento da romaria e da festa em honra a São João.
PAF
[Ver AQUI.]

Obs. Como se vê pelas imagens, o conjunto edificado encontra-se em obras de restauro.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

PEDRA POLIDA V




Obs. - Estas «Alminhas», símbolo de uma certa religiosidade popular, localizam-se no extremo norte da ponte romana, mostrada no post anterior. É composta de espaldar reto, encimado por frontão contracurvado, onde assenta uma cruz, e possui, ao centro, um painel cerâmico de caráter popular, alusivo às Almas do Purgatório.

[Baseado em Anónimo. Ver AQUI.]

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

PEDRA POLIDA IV




Obs1. - Ponte Romana

Ponte lançada sobre rio com tabuleiro formando cavalete e extremidades rampeadas; assenta em 3 arcos de volta perfeita desiguais, sendo maior o central, com talhamares virados a montante e um olhal já debaixo da rampa de acesso do lado poente. Pavimento de paralelipípedos protegido por parapeito ou guardas que, a meio do lado montante, tem exteriormente cruzeiro, sobre peanha, de coluna jónica e cruz latina de braços rectangulares. Medidas (segundo Maria de Fátima da Silva Melo): 40,20 m. comp. x 3 m. larg. x 6,30 m. abertura do arco central x 4,70 m. altura do mesmo.»
[Em AQUI]

Obs2. - Moinho.

Situado a 6 km de Ponte de Lima, esta antiga azenha foi já recuperada para turismo no espaço rural. Atualmente, pelos vistos, parece ameaçada por nova ruína, já não servindo para os fins antes indicados.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

PEDRA POLIDA III



DESCRIÇÃO:

«A antiguidade da igreja é conferida pela existência de alguns vestígios românicos e de frescos góticos. Porém, a necessidade de adaptar o templo às necessidades dos crentes e à “moda da época”, determinou a realização de algumas intervenções ao longo do tempo, nem sempre efectuadas com o cuidado e o critério indispensáveis.
O portal da igreja testemunha a ampliação ocorrida nos finais do Séc.XVIII, que contribuiu para a alteração do seu espaço, desfazendo bons panos de frescos quinhentistas, que ainda é possível observar em algumas das pedras da igreja, sendo notórias as marcas dessa intervenção.
A organização do espaço interior contempla a existência de uma nave central, cuja ligação à única nave lateral era conseguida inicialmente através de três arcos1, alçados sobre colunas bojudas, rematadas por ábacos jónicos, ao qual se acrescentou outro nos finais do Séc.XVIII.
O arco cruzeiro, de dimensões monumentais, apoiado sobre pilares robustos, estabelece a comunicação entre a nave central e a capela mor, onde se encontra na parede lateral esquerda um arcosolio com as armas (pintadas) dos Sousas Machados, antigos proprietários da Casa da Lage, encimado por frontão. A tribuna é simples e bela.
A igreja contava com cinco altares2, três dos quais com os respectivos retábulos em madeira3, com motivos decorativos simples, parte deles em talha dourada, dos quais restam apenas duas miniaturas para suporte de santos, a ladear cada um dos pilares do arco cruzeiro.
Sobre a porta lateral norte da igreja encontra-se, do lado exterior, um elemento característico da arquitectura românica, simbolizando o “agnus dei”4.

1 Memórias Paroquiais, 1758;
2 Memórias Paroquiais, 1758;
3 Segundo informações de algumas pessoas da freguesia, um deles encontra-se actualmente na igreja da Facha;
4 Cordeiro de Deus.»
[Anónimo. Ver AQUI]

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

PEDRA POLIDA II







«O centro histórico da freguesia conta com um [Cruzeiro] dos mais esculturados exemplares do Minho e de Portugal, verdadeira obra artística que lhe valeu a designação de monumento classificado em 1936 [segundo a Direcção Geral dos Monumentos Nacionais].

Obra notável de arte religiosa, enquadrada na corrente artística do Barroco, com fuste torso salomónico, decorada com motivos florais, apoiadp spbre um plinto no qual se distinguem quatro anjinhos que parecem sustentar a base, no centro da aqul foi esculpida a imagem de Nossa Senhora da Conceição, com quatro diminutas faces angélicas a seus, sob as quais jaz, vencida, a serpente tentadora.

Sobre um capitel esquemático distingue-se um crucifixo com a imagem de Cristo, que exprime o triunfo da vida sobre a morte, segundo a simbologia cristã. [...]»
[Anónimo. Ver AQUI.

NB - Não se compreende como foram autorizadas as quatro inscrições no monumento, relativas a factos da História de Portugal (a última tem a data de 1940), como a que se mostra na última imagem.