domingo, 17 de março de 2013

Coisas da arca do velho



Camilo fez 188 anos.



Ontem. Nasceu a 16 de Março de 1825.


O escritor (romancista, poeta, dramaturgo, crítico, jornalista, epistológrafo, tradutor…) publicou mais de uma centena de títulos originais (cerca de 137), fora os perdidos (e ainda não achados), os póstumos e os escritos em colaboração. Ao mesmo tempo, traduziu 16 livros, escreveu 45 prefácios e organizou e prefaciou 5 obras. E se pensarmos que tudo isto foi feito em cerca de 45 anos (1845-1890)… É trabalho! É obra! Arredondando, por baixo, teremos cerca de centena e meia de escritos. Feito o cálculo, dá uma média de 3,5 por ano. E tudo isto à mão e à pena, e em folhas soltas. Já viram?!... Quanto mais não teria escrito o homem, se naquele tempo já houvesse computadores?...


Quero mostrar-lhes, neste post - e com ele celebrar-lhe o aniversário - um escrito que Camilo publicou aqui, Viana do Castelo, elevada à categoria de cidade com este nome em 20-01-1848, n’A Aurora do Lima. É uma carta, repleta de humor e ironia, que o escritor subscreve como «molecula obediente» e assina com o pseudónimo de João Júnior. Por essa altura, o homem deveria andar de bons humores. E de amores, talvez.

A Aurora do Lima é o jornal mais antigo em circulação. Este património cultural de Viana do Castelo e do país começou a ser publicado em 15 de dezembro de 1855. Camilo chegou a ser, além de colaborador, seu redator principal (talvez único), entre 7 de abril e 28 de maio de 1857. Foi neste jornal que publicou, em folhetins, os romances Cenas da Foz e Carlota Ângela, cujas primeiras edições em livro (1857 e 1858, respetivamente) são também da «responsabilidade d’A Aurora do Lima». A propósito destas edições, na apresentação de «Folhetins de Camillo Castello Branco Publicados n’A Aurora do Lima, 1856 a 1859 (1.ª Serie)», refere «A Nova Empreza de “A Aurora do Lima”», a dado passo: «São hoje [1911] já muito raros os exemplares das edições primitivas d’estes romances, mal impressos e em pessimo papel, como em geral acontecia n’esse tempo em todas as oficinas typographicas das provincias.» [Respeitei a grafia da edição consultada.]


Vamos à carta. Diz respeito, precisamente, ao início da publicação de Cenas da Foz n’A Aurora. É dirigida ao «Tolerantissimo redactor» do jornal e foi publicada em 1856, no n.º 119, de 2 de outubro. Ora façam o favor de ler. E de rir, mas sem favor.


Nota:
A carta apresentada em imagens (as possíveis, devido à qualidade da edição consultada) encontra-se reproduzida em Folhetins de Camilo Castelo Branco Publicados n’ A Aurora do Lima – 1856-1859 (1.ª Série) –,  Tip[ografia] Comercial, Viana do Castelo, 1911, pp. 29-31. [Aqui, atualizou-se a grafia do título.]

sexta-feira, 15 de março de 2013

No instante, poemas da minha estante





Notas
1) «A Política do Dia» encontra-se em Poemas a Rebate, Lisboa, Dom Quixote, 1975, pp. 93-94. Natália Correia (1923-1993) incluiu este poema na coletânea A Mosca Iluminada (1972). Na transcrição, respeitou-se grafia e pontuação da edição consultada. 
2) A fotografia da poetisa, que em fundo se mostra, encontra-se em Poemas a Rebate, sem identificação do seu autor. A reprodução e arranjo gráfico deste post são da exclusiva responsabilidade do autor do blogue.

domingo, 10 de março de 2013

No instante, poemas da minha estante




Notas:

1) Este «Avarento» de João de Deus (1830-1896) encontra-se em Campo de Flores – Poesias líricas completas (Tomo II), Amadora, Bertrand, 1974 (10.ª ed.), pp. 18-19. Faz parte do conjunto «Sátiras e epigramas» (id., pp. 1-147). Na transcrição, respeitou-se a grafia e a pontuação desta edição, a consultada.
2) A fotografia do poeta, que em fundo se mostra, encontra-se em vários sites da internet. Não foi possível, porém, identificar o autor.