segunda-feira, 29 de abril de 2013

Danadas daninhas 027


Bem, as/os estimadas/os amigas/os têm razão. Dirão aos botões do teclado: “Isto não é fotografia que se mostre. A não ser – pensarão os mais benevolentes – que nela haja coisa que, a uma primeira vista, não/mal se vê. Pois é: aqui há coisa, evidenteMente. Ora façam o favor de aproximar a objetiva, perdão, o olhar:


A dita coisa já se vê melhor, no canto inferior direito da imagem. Sim, sim, essa mesma, essa flor azul, que ali espreita por entre as folhas verdes. Mas se aproximarem mais um nadinha o olhar, vê-la-ão um pouco melhor:


Conhecem-na? Duvido. Encontrei esta danada, há dias. Deitado sobre as ervas, fazendo mira a um bico de pomba (mais uma danada daninha a mostrar também neste blogue), surge-me, inesperadaMente, um minúsculo ponto azul, pouco maior que uma gota de orvalho, brilhando em frágeis e humildes caules de outras ervas.
Mudei, imediataMente, de alvo: fixei nelas a atenção, a objetiva, a respiração. Será preciso dizer que fiquei de boca aberta?...
São pequeníssimas estas danadas flores campestres. O diâmetro não excede os 5 mm (repito: cinco milímetros), que um olhar desarmado e sobretudo distraído dificilmente (a)notará.
Feitos os devidos registos, tornava-se necessário saber quem ela era.


Observada a estrutura da corola e das folhas da erva, verifica-se que se assemelha a outras, que já mostrei AQUI e AQUI: morriões.
Esta danada, mais campestre que daninha, encontra-se sobretudo em terrenos cultivados. Mas só enquanto as lâminas dos arados e/ou das enxadas não dão cabo delas. A planta começa a florir, no início da primavera. As suas flores, abertas, poucos dias se mantêm nesse estado, segundo observei. 
Neste e-sítio, diz-se que, cientificaMente, a designam por «anagallis arvensis». Como de costume, no Mato, os meus conterrâneos desconhecem-lhe o nome. Eles têm lá tempo e paciência, nos tempos que correm, para prestar atenções a tais miudezas. Se nem no tempo das lavradas de arado, puxado por junta de bois ou vacas, tinham, vão tê-lo agora, não?...
Mas que também o raio desta danada campestre, azul e brilhante, cativa e seduz, está visto.

Por natureza, e-ternaMente retornarei.

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