Sempre tive a preocupação de dizer aos meus alunos que, em arte, qualquer que seja, nada acontece por acaso. Dispondo o artista de uma infinidade de meios para concretizar o seu objeto, se resulta com determinado aspeto final, foi porque a sua vontade assim determinou que fosse e não de outra forma qualquer. Do que resulta, aliás, a inevitável desproporção entre a subliminar inspiração e a transpiração sempre manifestamente visível.
Estes CÍRCULOS VICIOSOS (versão integral) são a evidência do que acabo de afirmar.
O concretismo do primeiro sugeriu-me, de imediato, tanto a pinha que nos acerta na cabeça à má fila (e agora com que frequência...) como um pião, o da vida, que só desanda e nunca anda.
E o último, uma ampulheta em que o tempo consumido “em poder ter / mais poder” sempre resulta, como fatum inevitável, em “pobre / mais pobre / em pobre ser” (empobrecer). De notar que a posição da ampulheta respeita a hierarquia do PODER.
Absolutamente conseguida a simetria “perfeita” de I+I e de III+IV, já que a imagem refletida por um espelho virtual, à direita, se torna mais “real”, simultaneamente mais sarcástica e dolorosa, que a imagem que lhe dá origem, à esquerda.
É um privilégio ter, e sentir, a amizade do David. O meu abraço. Manuel Maria
Não se pode ser mais simples,subtil e poético!
ResponderEliminarMuito obrigado!
ResponderEliminarO teu talento poético a retratar a actualidade que vivemos.
ResponderEliminarMuito obrigado!
ResponderEliminarNão posso ficar calado! Não devemos ficar calados.
Sempre tive a preocupação de dizer aos meus alunos que, em arte, qualquer que seja, nada acontece por acaso. Dispondo o artista de uma infinidade de meios para concretizar o seu objeto, se resulta com determinado aspeto final, foi porque a sua vontade assim determinou que fosse e não de outra forma qualquer. Do que resulta, aliás, a inevitável desproporção entre a subliminar inspiração e a transpiração sempre manifestamente visível.
ResponderEliminarEstes CÍRCULOS VICIOSOS (versão integral) são a evidência do que acabo de afirmar.
O concretismo do primeiro sugeriu-me, de imediato, tanto a pinha que nos acerta na cabeça à má fila (e agora com que frequência...) como um pião, o da vida, que só desanda e nunca anda.
E o último, uma ampulheta em que o tempo consumido “em poder ter / mais poder” sempre resulta, como fatum inevitável, em “pobre / mais pobre / em pobre ser” (empobrecer). De notar que a posição da ampulheta respeita a hierarquia do PODER.
Absolutamente conseguida a simetria “perfeita” de I+I e de III+IV, já que a imagem refletida por um espelho virtual, à direita, se torna mais “real”, simultaneamente mais sarcástica e dolorosa, que a imagem que lhe dá origem, à esquerda.
É um privilégio ter, e sentir, a amizade do David.
O meu abraço.
Manuel Maria
Muito obrigado, Manuel Maria. Leste e viste, como eu queria que fosse lido e visto. Um abraço também para ti.
EliminarDavid