sexta-feira, 18 de maio de 2012

Danadas daninhas 002

Quem caminhar (ou mesmo apenas andar) apressado, pelos caminhos das aldeias, não terá descoberto, certamente, esta pequeníssima flor [Já verão a razão desta cor.] Daninha, como o "botão doiro", embora desconheça os eventuais danos que a danada possa causar. Julgo que nenhuns, pelos vistos.
Tem uma corola cujo diâmetro mede menos de 1 centímetro – garanto. Tímida e frágil, encontra-se escondida entre as ervas circunvizinhas. Vê-se em valados, muros e em terrenos cultivados e incultos (que agora são cada vez mais). Cá no Mato é, simplesmente, mais uma florinha bonita de mais uma erva gordinha sem interesse. Anónima, portanto. Nem sequer «morrião» lhe chamam. E ainda bem. Livra! Que falta de gosto!... Os botânicos batizaram-na de «anagallis arvensis», vá lá (isto é, ao latim) saber-se porquê. Pois bem: proponho que se chame "botão de camarão", pronto!

Quem quiser ver e sentir, ao vivo, a simplicidade e, por isso*, a beleza desta minúscula flor, de ora em diante chamada "botão de camarão" - como registado aqui foi - só tem três coisas a fazer. Primeira: descobri-la. Segunda: pôr-se de cócoras. Terceira: observá-la, com vagares e atenções.
E-terna-mente. Assim:


E com retorno, se for preciso.


* «Quero a delícia  de poder sentir as coisas mais simples» - Manuel Bandeira

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