Conhecem
esta flor ou a planta em que nasce? Eu só este ano dei por esta danada. Uma beleza, realmente!
Aqui,
além dela, veem-se um botão (que há de ser – já foi – também uma bonita flor
azul), uma flor murcha (que já deu, efemeramente, o que tinha a dar – aberta, dura
apenas um dia), pequenos ramos e algumas folhas da planta (que atingindo este
estado, nem os bichos as querem). Tudo, geralmente, num dos “nós” que se formam
ao longo do caule da planta, onde podem nascer e crescer também pequenas hastes,
em cujas pontas rebenta outra bela flor azul,
e/ou várias flores, ao mesmo tempo. Assim, por exemplo:
Então? Já identificaram a danada? Não?!... Vê-se logo que só a
conhecem no prato e não no prado.
Mais umas ajudinhas: os
botânicos chamam a plantas como esta «lactuca sativa», que podemos
traduzir por «leituga cultivada». (Haverá
– e há – portanto, outras leitugas não cultivadas, sobre as quais um dia destes postarei.) Assim sendo, as leitugas cultivadas não serão,
propriamente, daninhas. Diz-se que existe
cerca de meia dúzia de variedades, que os entendidos
distinguem, acrescentando à «lactuca sativa», mais um termo
latino: «capitata», «longifolia»,
«crispa»...
Os nossos agricultores distinguem-nas com nomes, entre outros, como “frisadas”, “lisas”, “roxas” e “de inverno”. E os consumidores, em
geral, e os citadinos, em particular, chamam-lhes simplesmente alface e, ao comerem-na, salada, mesmo sem tomates. Culinárias…
Pois é. Aquela danada flor azul –
uma beleza, sem dúvida – é de uma variedade de alface. Pertence, para os
botânicos, às «lactuca sativa capitata», vulgarmente conhecida por “alface maravilha de inverno» [Ver aqui].
Cá no Mato, foi introduzida recentemente. Chamamos-lhe apenas “alface de
inverno”, deixando a “maravilha” para outras belezas. “De inverno”, porque é
planta que resiste às agruras da estação (será por ser «capitata – cabeçuda»?...),
coisa que as outras «leitugas cultivadas» não aguentam. As
suas folhas são, por isso, mais duras, menos tenrinhas. Quando a planta começa
a desenvolver o caule (pode atingir 2m de altura, medi-o ainda há instantes),
ele, seus pequenos ramos e as bainhas das suas folhas, ao serem cortados(as) ou
esmagados(as), segregam um líquido esbranquiçado, parecido com leite. E quem,
há falta de melhores, as come, diz que já estão aleitadas. É certamente por
isso que as batizaram de «lactuca – leituga».
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