sexta-feira, 15 de junho de 2012

Danadas daninhas 006


Conhecem esta flor ou a planta em que nasce? Eu só este ano dei por esta danada. Uma beleza, realmente!


Aqui, além dela, veem-se um botão (que há de ser – já foi – também uma bonita flor azul), uma flor murcha (que já deu, efemeramente, o que tinha a dar – aberta, dura apenas um dia), pequenos ramos e algumas folhas da planta (que atingindo este estado, nem os bichos as querem). Tudo, geralmente, num dos “nós” que se formam ao longo do caule da planta, onde podem nascer e crescer também pequenas hastes, em cujas pontas rebenta outra bela flor azul,  e/ou várias flores, ao mesmo tempo.  Assim, por exemplo:


Então? Já identificaram a danada? Não?!... Vê-se logo que só a conhecem no prato e não no prado.

Mais umas ajudinhas: os botânicos chamam a plantas como esta «lactuca sativa», que podemos traduzir por «leituga cultivada». (Haverá  – e há –  portanto, outras leitugas não cultivadas, sobre as quais um dia destes postarei.) Assim sendo, as leitugas cultivadas não serão, propriamente, daninhas. Diz-se que existe cerca de meia dúzia de variedades, que os entendidos distinguem, acrescentando à «lactuca sativa», mais um termo latino: «capitata», «longifolia», «crispa»... Os nossos agricultores distinguem-nas com nomes, entre outros, como “frisadas”, “lisas”, “roxas” e “de inverno”. E os consumidores, em geral, e os citadinos, em particular, chamam-lhes simplesmente alface e, ao comerem-na, salada, mesmo sem tomates. Culinárias
 
Pois é. Aquela danada flor azul – uma beleza, sem dúvida – é de uma variedade de alface. Pertence, para os botânicos, às «lactuca sativa capitata», vulgarmente conhecida por “alface maravilha de inverno» [Ver aqui]. Cá no Mato, foi introduzida recentemente. Chamamos-lhe apenas “alface de inverno”, deixando a “maravilha” para outras belezas. “De inverno”, porque é planta que resiste às agruras da estação (será por ser «capitatacabeçuda»?...), coisa que as outras «leitugas cultivadas» não aguentam. As suas folhas são, por isso, mais duras, menos tenrinhas. Quando a planta começa a desenvolver o caule (pode atingir 2m de altura, medi-o ainda há instantes), ele, seus pequenos ramos e as bainhas das suas folhas, ao serem cortados(as) ou esmagados(as), segregam um líquido esbranquiçado, parecido com leite. E quem, há falta de melhores, as come, diz que já estão aleitadas. É certamente por isso que as batizaram de «lactucaleituga».

Já agora, saiba-se que estas danadas, todas elas, se reproduzem por sementes, que germinam facilmente. Basta-lhes um terreno mais ou menos propício e relativamente húmido para que, em tempo de calendário adequado, (a)pareçam daninhas.

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