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[Foto 03]
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Ai, estas pequenas! Dão-me cabo da cabeça. Desde que passei a andar de olho nelas, a cada passo as descubro. Uma aqui e outra ali, uma acolá e outra onde menos se espera. Sempre, porém, à minha espera. Umas vezes sozinhas, outras vezes acompanhadas por irmãs, mães, primas, tias, avós e outras parentes mais ou menos distantes.
As de hoje [Fotos 01-03] surpreenderam-me, a vários níveis: pela quantidade, pelo tamanho, pelo local e – sempre - pela sua extraordinária beleza e simplicidade.
Já tinha descoberto e vinha seguindo outras semelhantes [Foto 04]. Ainda mais pequeninas e frágeis, contudo, descobertas em terrenos argilosos inclinados para os caminhos e virados ao sol, nas fendas superiores de muros antigos, feitos por mestres pedreiros – artistas, como se lhes chamava - que, naqueles tempos, em vez de cimento, usavam argila para atar as pedras umas às outras. Todas estas mais pequenas, além da beleza evidente, apresentam uma corola cujo diâmetro não ultrapassa o centímetro.
Mas as pequenas de hoje, realmente, surpreenderam-me. A corola tem, garanto, o dobro do diâmetro. O caule é ligeiramente mais forte e alto. E não as encontrei nem em declives, nem em muros. Mas já tinha detetado uma - única, até hoje – numa fenda de calceta de paralelos [Foto 05]. Mas assim tantas e tão juntinhas, daquele tamanho e com toda esta (a mesma) beleza e simplicidade, avistei-as, do caminho, num terreno que, embora agora de velho, já foi cultivado. Conheço-o, melhor, conheci-o muito bem, em criança: era de um tio paterno e agora de um primo meu. Não me recordo já se era argiloso, mas…
Estas flores, umas e outras, porém, quando abertas, são muito frágeis e efémeras. Também por isso lhes chamo danadas. Mal se lhes toca, as pétalas voam. Depois, não duram mais que um dia de sol. Além disso, sustentam-se num caule débil, cuja altura não ultrapassa os 25 cm, com umas pobres folhas lanceoladas na base.
No dia seguinte, porém, haja sol, voltam a sorrir-nos, alegremente, com novas corolas de cores vivas, em seus caules débeis, frágil vida e efémera beleza. Daninhas? Assim serão também estas danadas.
Os botânicos chamam-lhes, uns, «tuberaria guttata», outros, «xolantha guttata». Cá no Mato ninguém soube dar-me um nome para esta «ervinha, com uma flor tão linda». Há sítios [basta consultar o Google] porém, onde lhes chamam «criadilhas», «tuberária mosqueada» e «olhos castanhos». Eu vou pela última designação. «Teus olhos castanhos / de encantos tamanhos / são pecados meus…»
E fico-me, e-eterna-mente, danadinho, hoje, com elas, estas danadas daninhas!
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